quinta-feira, 26 de outubro de 2017

África

Democracia: liberdade política e social na África


O Nova África mostra os avanços democráticos conquistados por um continente marcado por revoluções e golpes militares. A África do século XXI não é mais a mesma e tem, nas últimas décadas, experimentado mudanças profundas nos campos econômico, social e político.

Em Ruanda, a repórter Aline Maccari revela que a economia do país é considerada a grande alavanca para o sucesso que aos poucos é conquistado por toda a sociedade. Impulsionado por uma nova geração, as mudanças econômicas e sociais já podem ser vistas na queda do desemprego e no fortalecimento das instituições públicas e privadas. O ministro do Comércio, Alex Ruzibukira, fala sobre as mudanças vivenciadas por Ruanda.

Outro país que tem experimentado um desenvolvimento econômico acima dos padrões mundiais é a Zâmbia. Rico em minérios, o crescimento tem feito a sua população cobrar por mais melhorias sociais. Buscando uma inserção no mercado global, a Zâmbia sabe a importância do fortalecimento democrático e aos poucos constrói um caminho para atingir esse objetivo.

De lá, o Nova África segue para Gana e descobre como esta nação conseguiu firmar no continente uma democracia estável. Com instituições políticas fortes, o país busca, por meio do petróleo, embalar mais avanços para a sociedade.

No Egito, por outro lado, a população teme pela questão religiosa e a sua influência na frágil democracia. Após a Primavera Árabe surgiram temores motivados pela intolerância religiosa, principalmente após a Irmandade Muçulmana - maior e mais antigo grupo islâmico - conseguir o controle político do país.

Por fim, o ex-presidente de Moçambique, Joaquim Chissano revela em entrevista um panorama da democracia e as mudanças presenciadas em todo o continente africano.

Diversidade cultural

Muitos enxergam a África como um continente genérico e único, mas com 54 países e outras dezenas de culturas, esta imensa região é múltipla e repleta de diversidades. O árabe-berbere e o negro-africano são considerados os dois maiores referenciais culturais do continente. As duas raízes permitiram a origem de uma múltipla variedade cultural e de duas mil línguas e dialetos diferentes.

O Nova África mostra a beleza dessa mistura, começando por Guiné Conacry, região do oeste africano onde alguns países ainda conservam uma tradição antiga: os griots. Representados por artistas, os griots são responsáveis por dar conselhos ao rei e aos governantes por meio da dança, teatro e, principalmente, da música. Eles são como mensageiros que transitam entre a realeza e o povo. Uma missão que é levada a sério e passada de pai para filho.

O músico Shelku Benbeya, que com a sua guitarra e instrumentos modernos mantém viva a tradição, é um dos entrevistados do programa. Nos anos 1960 e 1970 o representante mais pop dos griots foi responsável em apresentar a arte para o mundo. O Nova África mostra também Daddi Cool e seu grupo, considerados um dos mais novos representantes griots, que continuam com a tarefa de aconselhar o rei sobre os assuntos do país.

De Guiné o programa segue para Ruanda e mostra a beleza do Royal Ballet de Ruanda. Responsável por preservar uma tradição centenária, o grupo foi criado pela monarquia para entreter os visitantes do reino. Hoje, encanta plateias de todo o mundo transmitindo a cultura ancestral de seu país.

Em Burundi, a tradição de um grupo criado para agradar reis e rainhas que com o tempo conquistou todo o planeta, os Tambores Reais de Burundi. Considerado o grupo mais antigo de tambores no país, eles mantêm tradições ancestrais e são os únicos a produzirem os seus próprios instrumentos. O líder Antime Baruashakaje, o único representante vivo que se apresentou para a realeza, conta um pouco dessa história e mostra a mágica realizada por seus tambores.

Comparação entre a nova escravidão e o antigo sistema

A assinatura da lei Áurea, em 13 de maio de 1888, decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sob outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira. A forma mais encontrada no país é a da servidão, ou ‘peonagem’, por dívida. Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado no abatimento da conta de forma razoável ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas.

A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro “Disposable People: New Slavery in the Global Economy” (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial) paralelos entre esses dois sistemas que foram aqui adaptados pela Repórter Brasil para a realidade brasileira.
brasil
antiga escravidão
nova escravidão
propriedade legal
permitida
proibida
custo de aquisição de mão-de-obra
alto. a riqueza de uma pessoa podia ser medida pela quantidade de escravos
muito baixo. não há compra e, muitas vezes, gasta-se apenas o transporte
lucros
baixos. havia custos com a manutenção dos escravos
altos. se alguém fica doente pode ser mandado embora, sem nenhum direito
mão-de-obra
escassa. dependia de tráfico negreiro, prisão de índios ou reprodução. bales afirma que, em 1850, um escravo era vendido por uma quantia equivalente a r$ 120 mil
descartável. um grande contingente de trabalhadores desempregados. um homem foi levado por um gato por r$ 150,00 em eldorado dos carajás, sul do Pará
relacionamento
longo período. a vida inteira do escravo e até de seus descendentes
curto período. terminado o serviço, não é mais necessário prover o sustento
diferenças étnicas
relevantes para a escravização
pouco relevantes. qualquer pessoa pobre e miserável são os que se tornam escravos, independente da cor da pele
manutenção da ordem
ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos
ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos


Observação: As diferenças étnicas não são mais fundamentais para escolher a mão-de-obra. A seleção se dá pela capacidade da força física de trabalho e não pela cor. Qualquer pessoa miserável moradora nas regiões de grande incidência de aliciamento para a escravidão pode cair na rede da escravidão. Contudo, apesar de não haver um levantamento estatístico sobre isso, há uma grande incidência de afrodescendentes entre os libertados da escravidão de acordo com integrantes dos grupos móveis de fiscalização, em uma proporção maior do que a que ocorre no restante da população brasileira. O histórico de desigualdade da população negra não se alterou substancialmente após a assinatura da Lei Áurea, em maio de 1888. Apesar da escravidão ter se tornado oficialmente ilegal, o Estado e a sociedade não garantiram condições para os libertos poderem efetivar sua cidadania. Por fim, as estatísticas oficiais mostram que há mais negros pobres do que brancos pobres no Brasil. Outro fator a ser considerado é que o Maranhão, estado com maior quantidade de trabalhadores libertos da escravidão, é também a unidade da federação com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a que possui a maior quantidade de comunidades quilombolas.

Diáspora africana

Diáspora africana — também chamada de Diáspora Negra é o nome que se dá ao fenômeno sociocultural e histórico que ocorreu em países além do continente africano devido à imigração forçada, por fins escravagistas mercantis que perduraram da Idade Moderna ao final do século XIX, de africanos (em especial africanos de pele escura chamados pela cultura ocidental de negros ou afrodescendentes).

Contraste ao fomentado por interesses exploratórios, dominativos pelo arrefecimento do poder alheio ou etnocêntricos internos ou externos que se manifestam nas guerras de tribo e na anomia reais e estereotipadas do continente africano em si, na América e no território geral de influência passada ou contemporânea do Ocidente onde houve das colônias mercantilistas à base de escravos ao segregacionismo de oportunidades racista científico ocorreu um inverso.

Destituídos do que lhes conferia identidade quando escravizados, muitos negros da época da escravatura privados que fossem das condições objetivas de prosperar na própria sociedade, do respeito como seres humanos e da chance de constituir família se uniram por meio desse desatino, no perseguido ritualístico festivo e cerimonial na surdina das senzalas ou no sentimento libertário de revolta que acontecia no sul do que deu origem aos Estados Unidos, criando o que se pode equivaler a uma cultura afrolocal não necessariamente sectária mas pouco raro via critério que foge às convenções comuns de institucionalidade instituída.

O termo foi criado por historiadores, movimentos civis e descendência de ex-escravos recentes. A existência do fenômeno foi fortemente evidenciada pela luta da esquerda norte-americana em defesa do direito de minorias demográficas e sociais. Além disso, a queda do apartheid político, na África do Sul, também trouxe visibilidade à diáspora. Surgiram ainda ações afirmativas, de caráter compensatório e de novas tendências, que iam do "Black is Beautiful" até o consagrar de atletas, personalidades da mídia e artistas de pele morena ou preta no grande público.

A União Africana definiu a diáspora africana como "[consistindo] de pessoas de origem africana vivendo fora do continente, independentemente da sua cidadania e nacionalidade e que estão dispostos a contribuir para o desenvolvimento do continente e a construção da União Africana. "Seu ato constitutivo, declara que ela deve convidar e incentivar a plena participação da diáspora Africana como uma parte importante do nosso continente, no edifício da União Africana."

Entre 1500 e 1900, aproximadamente quatro milhões de africanos escravizados foram transportados para as plantações de ilhas no Oceano Índico, cerca de oito milhões foram enviados para países da zona do Mediterrâneo, e cerca de 11 milhões sobreviveram ao tráfico negreiro para o Novo Mundo. Seus descendentes são encontrados ao redor do globo. Devido a casamentos mistos e assimilação genética, somente que seja descendente da diáspora africana não é inteiramente autoevidente.

Referências:

1- Disponivel em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/novaafrica/episodio/democracia-liberdade-politica-e-social-na-africa>acessado em 26 out. 17

2- Disponivel em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/novaafrica/episodio/diversidade-cultural>acessado em 26 out. 17

3- Disponivel em: <http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/comparacao-entre-a-nova-escravidao-e-o-antigo-sistema/>acessado em 26 out. 17

4- Disponivel em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1spora_africana>acessado em 26 out. 17

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