domingo, 13 de janeiro de 2019

Economia Solidária - Feiras de Trocas e Moeda Social

 Estudando

Prática para sala de aula, igreja, associações, etc. 

Na Economia Solidária, todos os saberes são valorizados, e os meios de produção são coletivos, mantendo desta forma, o grupo unido. 

INTRODUÇÃO
O que é Economia Solidária?
A Economia Solidária é uma nova forma de economia que surge no Brasil como resposta ao crescente índice de desemprego e em meio a um contexto mundial de crise dos Estados Socialistas no mundo e semifracasso dos governos e partidos socialdemocratas. Estas duas grandes transformações geraram no início da década de 90 movimentos emancipatórios com foco na sociedade civil. Com a fundamentação nas contradições do capitalismo e na necessidade de criação de oportunidades de trabalho e apoio da Igreja Católica,sindicatos e universidades.
“O capitalismo tornou-se dominante a tanto tempo que tendemos a tomá-lo como natural. O que significa que a economia de mercado deve ser competitiva em todos os sentidos: cada produto deve ser vendido em numerosos locais, cada emprego deve ser disputado por numerosos pretendentes, cada vaga na universidade deve ser disputada por numerosos vestibulandos, e assim por diante. A competição é boa de dois pontos de vista: ela permite a nós escolher o que mais nos satisfaz ; e ela faz com que o melhor vença, uma vez que as empresas que mais vendem são as que mais lucram e mais crescem, ao passo que as que menos  vendem dão prejuízo e se não conseguirem mais clientes acabarão por fechar. Os que melhor atendem os consumidores são ganhadores, os que não conseguem são os perdedores.” (Singer, 2002)
As diferenças de condições na sociedade geraram uma sociedade desigual, países pobres e ricos divididos em classes A, B, C, D e E, de acordo com sua condição financeira.
As classes C, D e E servem de mão de obra para as classes A e B, que por terem os meios de produção exploram as classes menos favorecidas que tem apenas a sua força de trabalho a venda. Devido a escassez de vagas no mercado, o trabalho humano tende a ser cada vez menos valorizado e nessa proporção, mal remunerado, as empresas pagam o mínimo que podem em busca de explorar o trabalho ao máximo para gerar o maior rendimento possível. É o mercado capitalista em busca do lucro.
As pessoas com menor condição financeira, ficam obrigadas a manter essa relação pois não veem a possibilidade de criarem seu próprio empreendimento, pois para abrir um, as pessoas precisam de crédito, entretanto os bancos emprestam apenas a quem já tem dinheiro. As dezenas de garantias solicitadas pelos bancos tradicionais fazem com que as pessoas que não possuem bens, não possam ter acesso ao dinheiro e desta forma continuem sem os meios de produção. Já os ricos, mesmo que em algumas circunstancias se encontrem endividados, têm o prestígio do mercado e consequentemente o crédito, que os mantém sempre no topo da pirâmide. Desta forma, cada vez os ricos conseguem mais oportunidades e ficam ainda mais ricos e os mais pobres com menos oportunidades continuam na mesma classe social, gerando um mundo totalmente desigual.
“…somente 20% da população mundial consomem mais de 80% da riqueza produzida, e os 80% tentam sobreviver com 20% dessa riq    ueza. 826 milhões de pessoas são desnutridas! 2 Bilhões de pessoas sofrem de má nutrição! Na realidade, os modos dominantes de produção e redistribuição de renda, que são capazes de gerar enormes riquezas, ignoram as catástrofes sociais e ambientais que provocam.” (França, 2002)
http://proec.ufabc.edu.br/ejaecosol/feiras-de-trocas-e-moeda-social-a-pratica-da-sala-de-aula-em-conjunto-com-a-economia-solidaria/


https://catracalivre.com.br/carreira/saiba-como-voce-mesmo-pode-organizar-uma-feira-de-trocas-solidarias/“O clube de trocas favorece novos contatos, o início de novas amizades, traz oportunidades de trocas não-econômicas de afetos, favores, gentilezas. Em sua dinâmica, o clube atrai novos membros e permite que vários se associem em outros empreendimentos solidários, tais como cooperativas de produção, de crédito, de compras e vendas, etc.”(Costa, 2003)
Existem duas formas de troca:
  • Direta – que ocorre entre as mesmas pessoas, com produtos de mesmo valor e no mesmo lugar.
  • Indireta – por meio de moeda social, com pessoas diferentes, em lugares diferentes. (Costa, 2003)
  • Nas feiras de troca é possível trocar objetos e conhecimentos. Pode-se trocar artesanatos, roupas em bom estado, livros, comidas, cortes de cabelo, aulas de línguas, serviços de cuidar de crianças ou idosos, etc.
    Diferente do capitalismo, que determina o valor através da lei da oferta e da procura sempre em busca da mais-valia, no clube de trocas o valor de cada objeto é dado pelo grupo, levando em conta o preço justo determinado pelos produtores e participantes da comissão da feira.
    No Decreto 7.358, de 17 de Novembro de 2010 que institui o Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário – SCJS e cria sua Comissão Gestora Nacional, regulamente em seu Art 2º:
    V – preço justo: é a definição de valor do produto ou serviço, construída a partir do diálogo, da transparência e da efetiva participação de todos os agentes envolvidos na sua composição que resulte em distribuição equânime do ganho na cadeia produtiva.
    Mas a definição de preço justo, pode ir muito além, ela deve ser baseada em gerar oportunidades a quem precisa, ter transparência na relação comercial e deve ser justa tanto a quem vendo, quanto a quem compra. Desta maneira, pode-se estabelecer relações duradouras entre comprador e produtor.
  • Para que serve a moeda social?
    A moeda social é geralmente o instrumento de mediação próprio dos clubes de trocas. Ela circula dentro da feira e é uma facilitadora para as trocas que acontecem na forma indireta. Esta moeda visa ser exclusivamente um meio de intermediar as trocas solidárias e é ser aceita apenas dentro dos clubes de troca, como um instrumento do comércio justo.
    A grande diferença desta moeda em relação a moeda oficial é o fato desta não permitir a reserva de valor, pois não tem juros. Como não pode gerar mais dinheiro, não tem significado guarda-la além do seu uso na feira e não pode ser transformada em mercadoria, como aconteceu com o dinheiro oficial.
    Esta moeda serve apenas como um “meio” e nunca como um “fim em si mesma”.
    As moedas criam um cerco ao redor da comunidade que fazem com que o dinheiro fique dentro do território e não se percam em bancos e supermercados multinacionais.
    Cada clube de trocas decide o nome de sua moeda social, isso mantém as características da região e a identidade de cada moeda de acordo com seus usuários. A co-criação da moeda, dá a responsabilidade ao grupo e mantém a mesma apenas dentro da comunidade.
  • REDLASES (2006) assim define os Mercados de Trocas Solidárias (MTS) ou Clube de Trocas:
    “É um espaço onde as pessoas trocam entre elas produtos, serviços e saberes sem o uso de dinheiro, de uma forma solidária, que promove a cooperação em vez da competição, própria do mercado neoliberal, respeitando normas éticas e ecológicas ao produzir e consumir.
    Num evento de curta duração, seja preparado exclusivamente como MTS, seja incluído num evento maior que já esta acontecendo, é muito importante lembrar que seu objetivo principal é de caráter pedagógico, cultural e político, ou seja, o MTS propõe a todos participantes vivenciar uma nova maneira de fazer circular a riqueza, com a lógica das trocas solidárias, onde os resultados podem ser alcançados sem a utilização de dinheiro.” (p.6)
    REDLASES (2006) assim define os Mercados de Trocas Solidárias (MTS) ou Clube de Trocas:
    “É um espaço onde as pessoas trocam entre elas produtos, serviços e saberes sem o uso de dinheiro, de uma forma solidária, que promove a cooperação em vez da competição, própria do mercado neoliberal, respeitando normas éticas e ecológicas ao produzir e consumir.
    Num evento de curta duração, seja preparado exclusivamente como MTS, seja incluído num evento maior que já esta acontecendo, é muito importante lembrar que seu objetivo principal é de caráter pedagógico, cultural e político, ou seja, o MTS propõe a todos participantes vivenciar uma nova maneira de fazer circular a riqueza, com a lógica das trocas solidárias, onde os resultados podem ser alcançados sem a utilização de dinheiro.” (p.6) 

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